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Complexo Hospitalar do Juquery completa 120 anos

O Complexo Hospitalar do Juquery (CHJ) completa 120 anos de serviços prestados à população de São Paulo. Como parte das comemorações, a unidade de saúde iniciou suas comemorações no dia 18 de maio, um dos pátios centrais dos antigos pavilhões da instituição.

A programação de aniversário segue até o mês novembro, com músicas, exposições e debates, com o objetivo de destacar a importância do Juquery na história da psiquiatria e evidenciar as mudanças que ocorreram em seu modelo de assistência ao paciente psiquiátrico.

No dia 29 de junho, às 10h, Maria Heloisa Ferraz, professora aposentada da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo vai ao Centro Formador de Pessoal para a Saúde (CEFOR) para contar sobre aspectos históricos do acervo do Museu Osório César, localizado dentro do Juquery.

Já no dia 20 de julho, a Coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Rosângela Elias, também visita o Centro Formador de Pessoal para a Saúde, às 10h, para falar sobre a implantação da Rede de Atenção Psicossocial no Estado de São Paulo. No CEFOR também será possível visitar uma exposição de fotos do Juquery, do artista Sérgio Assis.

No mês seguinte, em agosto, é a vez de promover uma discussão sobre o processo de restauro de artes em uma oficina organizada pela Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer e da Prefeitura de Franco da Rocha, juntamente com a equipe do Juquery.

Em setembro, durante os dias 14, 15 e 16, o Complexo Hospitalar recebe o Festival de Artes “Soy Louco por Ti Juquery”, realizado pela Trapézio Produções.

Na sua 7ª edição, o “Passeio Ciclístico e Caminhada Ecológica” comemora os 120 anos do CHJ, no dia 21 de outubro, às 9h, com surpresas para os participantes da atividade.

Para finalizar a programação de aniversário, em novembro, o CHJ volta a receber Maria Heloisa Ferraz para contar com mais detalhes sobre o processo de criação do Museu Osório César e seu papel como guardião de memórias da instituição e da região.

120 anos de história

O Complexo foi inaugurado em 18 de maio de 1898. A Colônia Agrícola de Juquery, como era chamada na época, tinha no começo 800 pacientes. 50 anos depois contava com mais de 11 mil internos, chegando na década de 70 com quase 16 mil pacientes.

A instituição partiu de uma ideia do Doutor Francisco Franco da Rocha de criar um hospital afastado dos grandes centros urbanos, com área para tratamento de pacientes agudos e crônicos, uma colônia agrícola e assistência familiar para indigentes.

Nos anos 20 e 30, a doença mental era vista com maus olhos pela família, que encarava a doença como um peso. “Se eram calmos, os doentes vagavam pelas ruas e ficam sujeitos a todos os tipos de violência. Quando eram agitados, eram presos em casa ou em cadeias públicas”, conta o Diretor Técnico do CHJ, Glalco Cyriaco.

Mudanças no modelo de atendimento

A mudança no modelo de assistência psiquiátrica nos últimos 20 anos levou o Complexo Hospitalar do Juquery a transformações institucionais, como a desativação dos leitos de pacientes crônicos da psiquiatria e a implantação de outros serviços como a Maternidade de Caieiras em 2008, que atende cinco municípios da região. o Hospital Albano, em 2011 e o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) em 2010.

O avanço do modelo baseado em uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)  fez com que o Juquery chegasse a  2010 com 270 pacientes crônicos. “Na área da saúde no lugar de leitos psiquiátricos para crônicos, serão implantados leitos de cuidados prolongados com o objetivo de compor a Rede de Urgência e Emergência regional”, conta Cyriaco. “Nos últimos oito anos, com o olhar na qualidade da assistência, cuidado multidisciplinar e o fortalecimento do novo modelo de atenção, o foco do Complexo Hospitalar do Juquery se manteve na reabilitação psicossocial e a reinserção paciente na sociedade”, completa.

Atualmente o Juquery possui 86 pacientes crônicos.