Estudo, que contou com participação do Instituto do Câncer de SP, avaliou mais mil pacientes ao redor do mundo; substância ativa sistema imune para destruir células cancerosas
O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) Octavio Frias de Oliveira, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e a Faculdade de Medicina da USP, participou de um estudo mundial que identificou uma nova opção de tratamento para câncer de pulmão.
Feita com a colaboração do grupo de câncer de pulmão do Serviço de Oncologia Clínica do Icesp e publicada recentemente no periódico científico The Lancet, a pesquisa avaliou a eficácia e a tolerância do anticorpo pembrolizumabe em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (tipo mais comum de tumor dentre os pacientes com esse diagnóstico), que apresentavam metástase e a expressão da proteína PDL-1.
O anticorpo pembrolizumabe consegue interferir na interação desta proteína (PDL-1) com seu receptor PD-1 em algumas células de defesa. Assim, o sistema imune do organismo do paciente começa a ser ativado e passa a destruir as células cancerosas.
O estudo contou com mais de mil pacientes que já haviam sido tratados com quimioterapia em primeira linha em diversos países, e observou um ganho de sobrevida nos que receberam a droga experimental, em comparação a quimioterapia padrão até então utilizada para esses casos.
“O tratamento experimental teve boa tolerância e estabeleceu o pembrolizumabe como uma opção de tratamento bastante útil nessa população”, explica o chefe do grupo e coautor do trabalho, Gilberto de Castro Junior.
A droga ainda não está liberada no Brasil e deverá passar por processo de aprovação antes de começar a ser comercializada.