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Programa Recomeço é referência em apoio e tratamento a dependentes químicos

Iniciativa do governo do Estado de São Paulo, o Programa Recomeço é um local de apoio aos dependentes químicos, principalmente aos usuários de crack, oferecendo tratamento e acompanhamento multiprofissional ao paciente e seus familiares.

Em ações coordenadas entre as Secretarias Estaduais da Saúde, da Justiça e Defesa da Cidadania e do Desenvolvimento Social, é oferecido tratamento médico e apoio social, além da internação dos dependentes em centro de referência, incluindo comunidades terapêuticas e moradias assistidas.

O trabalho também é integrado com o Poder Judiciário, com a participação do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil, que acompanham os trabalhos e os casos que precisam do apoio ou interveniência destes organismos.

“O Programa segue diretriz bem similar à nova visão mundial sobre o enfrentamento contra as drogas, tratando o tema muito menos como uma questão de polícia e muito mais de saúde pública e resgate da cidadania”, comenta Ronaldo Laranjeira, coordenador do Programa Recomeço, do governo do Estado de São Paulo

Localizado no centro da cidade de São Paulo, na Rua Helvétia, a unidade possui Centro de Convivência, enfermaria de desintoxicação com 21 leitos e 37 vagas para moradia assistida.

O Centro de Convivência promove atividades como jogos interativos e grupos terapêuticos, bem como serviços voltados a cuidados pessoais, e tem academia, laboratório de áudio, vídeo e teatro, cozinha experimental com refeitório e banheiros.

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Tipos de internação

Há três tipos de internação para dependentes de droga. A voluntária, quando o paciente procura ajuda por vontade própria; a involuntária, quando é solicitada por familiares; e a compulsória, feita apenas em casos extremos a pedido do Ministério Público.

A Lei Federal no 10.216 prevê o direito da família pedir a internação involuntária quando o dependente não aceita qualquer tipo de tratamento. Esse foi o caso de Yasmin, que começou a usar drogas há nove anos. “Já fui internada das duas formas, tanto voluntária quanto involuntária, e de chegar no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) e não ter condições de ser liberada”.

Também localizado no centro da capital paulista, o Cratod, inclusive, possui um anexo do tribunal de justiça para tornar os processos mais ágeis e garantir a segurança dos dependentes e das famílias. Fernanda Dolce, promotora pública, explica que “o objetivo é fiscalizar o cumprimento da lei e também funcionar com a OAB, a defensoria pública e com o Ministério Público para quando houver a necessidade de internação compulsória”.

Para Ana Carolina Siqueira, coordenadora de enfermagem, as internações voluntárias são as que mais apresentam resultados positivos no tratamento dos dependentes. “É tranquilo, de certa forma, quando o paciente percebe que a droga faz mal e quer se tratar e cuidar do vício”.

Já para o médico psiquiatra Marcelo Ribeiro, a internação breve, que pode ser também involuntária, é altamente estruturada, ainda mais quando falamos da estrutura oferecida pelo Programa do Estado. “As pessoas têm atividades, grupos, psicólogos, médicos, justamente por ser um momento de se reestruturar”.

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