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70% das pessoas com câncer de bexiga tem histórico de tabagismo

Outro levantamento do Icesp apontou que 30% dos casos de câncer de cabeça e pescoço estão ligados ao HPV

 

         No Dia Mundial de Combate ao Câncer, comemorado nesta segunda-feira, 04 de fevereiro, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, revela dois importantes dados relacionados à doença.

O primeiro deles é um número impressionante ligado aos males provocados pelo cigarro. Cerca de 70% das pessoas que passam pela unidade para tratamento de tumores de bexiga, revelaram histórico de tabagismo, que é um dos principais fatores de risco para a doença.

Segundo os dados ligados ao tabagismo, um em cada sete pacientes do Icesp com câncer de bexiga informaram aos médicos que fumam ou que já fumaram, sendo esse um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

A pesquisa apontou também que, do total de pacientes tratados com esse tipo de tumor, 50% chegam à unidade com diagnóstico tardio. O sinal clínico mais importante foi a presença de sangue na urina, que ocorreu como manifestação em 88% dos casos.

“Há diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer, inclusive hereditários, mas é fato que o tabagismo é um hábito que pode auxiliar no desenvolvimento da doença e merece toda a nossa atenção”, aponta Marcos Dall´Oglio, coordenador da urologia do ICESP.

 

Câncer e HPV

Outro importante levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo aponta que cerca de 30% dos pacientes operados podem ter desenvolvido o câncer na orofaringe (boca, garganta e faringe) em decorrência de infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). Anualmente, o Icesp recebe cerca de 1.200 novos casos cirúrgicos na especialidade. Os tumores relacionados ao HPV têm melhor prognostico e respondem melhor ao tratamento, como a quimioterapia e radioterapia. É importante ressaltar que parte destas notificações poderiam ser evitadas com o uso de preservativos nas relações sexuais.

O levantamento evidencia ainda que, entre todos os pacientes atendidos na unidade, 11% assumiram ter adotado (ou ainda manter) um perfil de dependência alcoólica. Destes, um em cada sete desenvolveram tumores na região da boca e garganta.

O estudo mostrou ainda que 95% dos pacientes que assumem esse comportamento são homens.  Em 60% das pessoas atendidas pela área, as neoplasias estão localizadas na boca ou na faringe. O levantamento mostra também que 95% dos pacientes apresentam histórico de tabagismo ativo.

“Esses dados sugerem o potencial do álcool e do cigarro como substâncias nocivas também à saúde bucal, estando relacionados ao surgimento de tumores nessa região. Além disso, o HPV tem despontado como significativo fator de risco e também passível de prevenção.”, alerta o oncologista clínico do Icesp, Gilberto Castro.

Semanalmente, o setor de oncologia clínica recebe de 5 a 10 novos casos de câncer nesta região do corpo. Apesar dos tumores apresentarem detecção precoce facilitada, por estar em locais visíveis, a grande maioria dos pacientes do Icesp descobre a doença quando ela já está em estágio bastante avançado.