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Febre amarela: Estado quer ampliar cobertura da vacina

Prefeituras das 54 cidades abrangidas na campanha, realizada entre 25 de janeiro e 16 de março, desenvolverão iniciativas específicas, conforme o cenário local, para identificar e vacinar cidadãos ainda não imunizados

Em conjunto com os municípios, será realizado um monitoramento para identificar os não vacinados, e cada Prefeitura desenvolverá a iniciativa que considerar mais apropriada para alcançá-los. A cidade de São Paulo, por exemplo, decidiu disponibilizar a vacina nas 466 salas de vacinação espalhadas por todo o território da capital, até o final de maio. A vacinação continuará ocorrendo com a dose fracionada e padrão, conforme a indicação para cada pessoa. Objetivo da pasta é ampliar a cobertura vacinal contra febre amarela atingida com a campanha de vacinação, realizada entre 25 de janeiro e 16 de março.

Especificamente na campanha, realizada em distritos da capital e em mais 53 cidades, foram vacinadas 5,2 milhões de pessoas, o que representa 56,6% do público-alvo formado por 9,2 milhões de paulistas. Cerca de 96% foram imunizados com a dose fracionada. Balanço da pasta aponta que neste ano, até o momento, 7,2 milhões de pessoas em todo o Estado foram vacinadas contra a febre amarela. O número é praticamente equivalente às 7,4 milhões de doses aplicadas ao longo de todo o ano de 2017.

Os 53 municípios e distritos da cidade de São Paulo foram definidos por critérios epidemiológicos após análises técnicas e de campo feitas pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) e Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em locais de concentração de mata.

A capital paulista atingiu 71,4% do público alvo, imunizando cerca de 2,4 milhões dos 3,3 milhões de paulistanos moradores dos distritos definidos na campanha.

A região com melhor cobertura vacinal é o Vale do Paraíba e Litoral Norte, onde foram vacinadas 1 milhão de pessoas, que representam 52% do público-alvo. Já no Grande ABC, foram imunizados 1,1 milhão de pessoas, valor correspondente a 47,6% da meta estabelecida. A Baixada Santista apresenta a menor cobertura vacinal, com 666,3 mil imunizados, 43,6% do público-alvo.

“Continuaremos trabalhando com apoio dos municípios para realizar esse monitoramento com a finalidade de garantir que as pessoas que ainda não se vacinaram possam ser imunizadas e, assim, estejam protegidas contra a febre amarela”, enfatiza a diretora de Imunização da Secretaria, Helena Sato.

O SUS passou a disponibilizar neste ano a dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública pode ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 mL da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As carteiras de vacinação receberam um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada.

Além disso, está mantido o uso da dose padrão para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco.

Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.

Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.

Desde o início de 2016 a Secretaria intensificou as ações de enfrentamento da febre amarela no Estado, por meio de monitoramento dos corredores ecológicos, vigilância epidemiológica e vacinação. As áreas com indicação da vacina foram gradativamente ampliadas, abrangendo atualmente 575 dos 645 municípios paulistas.

O trabalho alinhado entre pesquisa científica e tecnológica e o trabalho de campo em toda as esferas das políticas públicas, foram muito enaltecidas pelo secretário de Estado da Saúde, David Uip,“foi muito importante o trabalho realizado pelos nossos pesquisadores no cerco contra o mosquito, na identificação dos macacos mortos, nas biópsias e autópsias feitas nos primatas e na criação dos corredores ecológicos”.